- Olá, senhorita . Eu sou Fred, o motorista e estou aqui para leva-la. - Isso poderia ser estranho se eu não tivesse recebido um bilhete mais estranho ainda.
- Me levar a onde?
- Isso eu não posso revelar.
- Como não pode?
- Eu recebi ordens. - Pronto, um 'pau-mandado' na minha frente!! :/ Palhaçada!!!
- Quem te mandou aqui?
- Não posso dizer, senhorita.
- E você acha que eu vou entrar em um carro com um estranho para sei la onde?? Eu não sou ingenua!!!
- Vista-se. - Só agora que percebi que ele segurava um vestido pendurado em um cabide. - É para o seu bem senhorita.
- Como assim meu bem? Eu estou em perigo? - Eu estava realmente com medo.
- Não senhorita . É só para facilitar meu trabalho. - Comecei a rezar de novo. Esse cara estava me assustando e eu estava sozinha em casa.
Cadê o nessas horas? Olhei para todos os lados, mas só vi esse FREDenstein. - A senhorita vai me ajudar ou não? - Senti muito medo, mas não demonstrei.
Peguei o vestido e entrei fechando a porta na cara dele e trancando para ter certeza de que estava protegida.
Depois de me arrumar decidindo ligar para a polícia, mas antes de chegar ao telefone ouvi um estrondo na porta da sala. Ele estava batendo na mesma. Me afastei do telefone e abri a porta, mas mandei uma mensagem para a
- Pronto. - Eu murmurei.
- Finalmente!! - Ele resmungou. - Vamos! - E abriu passagem para mim.
Eu caminhava tentando escrever uma mensagem para o sem que o FREDenstein percebesse. Mas ele não tirava os olhos de mim.
Paramos de frente a um carro, que eu não lembro o nome, e lembrei que ama carros e esse tem a cara dela. Fiquei parada imaginando o sorriso e o escândalo que ela faria só de ver esse carro. Comecei a chorar pensando que ela estava indo para sua vida nova, com sua família nova, em um lugar novo : Renascimento! E eu indo para não sei a onde, com um cara assustado, que eu agora chamo de FRADenstein: praticamente caminhando para a morte.
- Eu sei que o Kia K9 é lindo, mas não é pra tanto né!!! - Ele deu uma risadinha se referindo ao meu choro, enquanto abria uma das quatro portas me fazendo ver a linda estampa dos bancos traseiros. Ele me olhou agora mais carinhoso que maldoso e eu entrei no carro.
Eu estava nervosa. Minha mãos suavam frio e minha boca estava ressecada. Eu devia estar mais branca que a de um fantasma!
De repente o carro parou e uma mulher estilo a anos 80 entrou no carro com uma maleta cheio de pedrinhas brilhosas.
- Quem é essa? - Perguntei ao motorista, mas com os olhos na mulher.
- Eu sou a sua maquiadora. - Ela acendeu a luz do carro e tocou meu rosto.
- Para que me maquiar?
- Você não sabe? Hoje é seu dia! - O dia da minha morte?!!!
- Pra que tanto suspense hein? - Eu estava impaciênte.
- Nós só não podemos dizer. Agora vira pra cá que eu vou te fazer uma maquiagem bem levinha.
Até que essa senhora é uma boa maquiadora! - Eu pensei me olhando no espelho que a senhora segurava. -
- Eu sei que você gostou, meu amor. Todos os meus clientes gostam do meu trabalho. - Disse ela convencida. - Pega o meu cartão para qualquer coisa.
No caminho eu me mantive em silencio escultando os dois, a mulher resmungava e falava coisas que eu não entendia, o motorista fez uma ligação 'só para avisar que estávamos chegando', foi o que ele disse.
No silêncio dos meus lábios eu pensava no chegando em casa para me enrolar com alguma desculpa esfarrapada que, a essa altura, não adianta de nada.
O carro parou em frente a uma casa, que parecia mais com um mini castelo do que uma casa, onde tinha pouca iluminação.
- Chegamos linda. - A senhora disse animada.
Logo Fredenstein abriu a porta e me esticou a mão, para que eu saísse.
Tudo estava silencioso ali fora, e por mais nervosa e mais batimentos cardíacos que estivesse em mim, eu não conseguia me mover. Meus pés estavam colados no chão. Eu não conseguia seguir em frente nem para trás.
Fredenstein colocou meu braço no seu e começou a me arrastar carinhosamente.
- A pessoa que mandou que fizéssemos isso tudo pra você está lá dentro te esperando. - Eu o olhava com atenção. E me sentia caminhando para a morte. A senhora vinha logo atrás caminhando lentamente.
CONTINUA...